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NunoDias
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Noções sobre a caça do atum... - 2008/09/01 23:07 O atum é uma presa de excepção tanto pelo porte como pela dificuldade na captura em condições normais. A caça do atum daria um pequeno livro com a quantidade de opiniões que existem sobre a mesma, sendo assim deixo aqui apenas alguns parágrafos para que melhor entendam do que se trata.


Não se mostram interessados no caçador, aproximam-se pouco, (e quando o fazem em regra mantêm a distancia), das especies pelágicas são os que em regra andam mais fundo, (nas bolas estarão quase sempre por baixo quando há mais especies a predar sobre a isca), após o tiro nunca arrancam em frente, afundam sempre e rapidissimo, se mal arpoados rasgam quase que imediatamente e pouco ou quase nada ligam ao flasher.

A caça ao atum requer acima de tudo preparação, metodo, alguma logistica e um bom trabalho de equipa.

Os atuneiros não são aconselhaveis visto estarem na "faina" para o mesmo peixe que procuras não sendo a competição muito saudavél, (a menos que se faça um acordo prévio com o mestre da traineira em terra).

Para os localizar em regra os bandos de certas aves maritimas são bom ponto de começo.

Outro animal que dá excelentes resultados e na minha opinião muito melhores que as aves é o golfinho. Em regra quando um grupo de golfinhos junta uma bola é quase certo que por baixo andaram atuns.
(Em 75% das saidas em que encontro bolas com golfinhos a caçar eles estão lá!)

A bola tem um espaço curto de duração e este varia consoante o tamanho do cardume de isca e o numero de predadores. Tem tambem uma dinâmica muito propria e move-se rapidamente, "fervilhando" quando o peixe está a ser atacado e mantendo-se homogenea quando os predadores ainda a estão a rodear.
Nunca passar com o barco pela bola nem nunca tentar largar os caçadores em cima desta pois vão assustar tudo quanto é peixe que por ali anda e desfaze-la apenas para a ver a juntar-se de novo uns bons metros longe dali.
A estrategia consiste em identificar a direcção da corrente e tentar deixar os caçadores a uns bons metros da bola mas de forma a que nadem ou derivem em direcção a esta com a ajuda da corrente.
Caçar na periferia da bola sabendo que os atuns virão de baixo.
Nunca entrar na bola, a presença de tubarões é vulgar e se andamos no meio da isca podemos apanhar no minimo um bom susto.
A acçao de caça aqui é rapidissima com os atuns a fazerem incursões velozes ás cavalas, sardinhas ou carapau, o tiro é rapido e de instinto precisando de uma caída na maior parte das vezes para o apanhar.
Ajuda meter um ou dois flashers na agua aí a uns 4 ou 6 metros de profundidade pois por vezes os predadores nas redondezas da bola vêem verificar o que é aquilo dando uma boa chance de captura.

Apontar sempre á cabeça ou um pouco á frente desta pois são muito rápidos e é fácil falhar o tiro mesmo em exemplares de porte. Se for um cardume não façam pontaria a nenhum em específico, a melhor técnica é colocar a arma em riste e dar fogo àquele que passar em frente dela. Caso se ponham a fazer pontaria a este ou aquele vão perde-los todos e na maior parte dos casos nem sequer chegam a atirar!!!

Fora as bolas á superficie são possíveis nas bolas de isca á meia água, na zona de fora das baixas onde a quebra for acentuada, sempre do lado onde entra a corrente, vêm dos 120 metros e sobem os drops acentuados. Aproveitam a corrente para caçar e entrar em força nos cardumes de cavala, chicharro e até já os vi a atacar dourados.
Sendo assim por fora das baixas, sempre na zona por onde entra a corrente procurem por “quebras” na superfície, ou seja linhas de agua de tonalidade ou textura diferente que parecem fazer corredores. Em regra são linhas de agua calma, (ou lisa) com agua mais mexida de ambos os lados. Estas linhas são causadas por um diferencial de temperatura, ou seja termoclina, e quanto mais pronunciada for a diferença maior é a amplitude de um lado para o outro. O peixe concentra-se de um dos lados da termoclina pois o diferencial de temperatura junta bastante plâncton, atraindo por sua vez pequenos peixes criando um ecossistema vulgarmente conhecido entre os caçadores do azul como “corredores de peixe”.
A agua junto a costa tem um nível superior de nutrientes que alimenta o plâncton, por sua vez a água da corrente do Golfo tem um nível de salinidade superior tornando-a mais densa, criando uma barreira que o plâncton, (assim como os nutrientes de que se alimenta) não transpõe. Como este turva ligeiramente a agua os pelágicos que caçam essencialmente orientados pela visão como o marlin ou o atum têm tendência a ficar do lado mais quente da termoclina.

Aqui ajuda bastante o uso de "engodo" para os fazer subir um pouco. Sardinha, cavala ou carapau cortada em 3 ou 4 pedaços que o barqueiro pode ir largando aos poucos. Um bom truque é comprar uma embalagem de “Glitter”, aqueles brilhozinhos para o corpo que se usam no carnaval, ou em decoração. Misturar com a isca pois brilha que se farta e dá o efeito de escamas no ar, que os atuns adoram!!!
Neste cenário é importantissimo nunca apontar ao atum e sempre á isca!!!
Dado á rapidez do peixe o tiro dá-se ligeiramente antes do atum engolir o pedaço de isca para onde estavamos a apontar, de outra forma é muito provavel falharem o tiro!

MUITA ATENÇÃO: Um atum com de 20 a 30 kilos leva-nos para o fundo com muita facilidade. No momento do tiro, verificar SEMPRE se o floatline não está encostado ao corpo ou preso em alguma peça de equipamento, (chumbo do cinto, faca, etc)

O tiro ideal será sempre na zona da cabeça ou ligeiramente atrás desta. Já tirei exemplares de 20 e 30 kilos com tiros na cauda sem problemas de maior mas digo-vos que num peixe para cima de 50 kilos a zona onde coloquem o tiro fará toda a diferença entre trazer ou não o peixe. Em atuns grandes mais vale a pena renunciar do que dar um tiro duvidoso sob pena de se perder o peixe e estragar ou até mesmo perder material!!!

Quanto ao material especifico para a captura destes animais:

Na escolha da arma pode-se optar pela madeira, obrigatóriamente com arpões de pelo menos 7,5mm sendo a medida mais aceite os 9,5mm mas podendo chegar aos 10mm. Nestas armas a vantagem é o uso de 4 a 5 elasticos entre os 14 e os 16mm consoante a preferencia do caçador para propulsionar estes arpões pesados que conferem tiros longos e ainda assim com um grande poder de penetração que estes trofeus requerem.
Há tambem quem use o carbono ou o aluminio em medidas compreendidas entre os 130 a 160 cm, sempre com rail integrado, com arpões de 7,5 ou 8mm.
Comum a ambos os tipos de arma é o facto dos arpões terem "shark fins" em vez de entalhes para aumentar a resistencia. O uso obrigatório de uma ponta destacavel e todo o sistema montado em "break away", ou seja depois de dado o tiro, o arpão segue com todo o sistema de cabo, bungie e boias mas a arma fica na posse do caçador.

O "shooting line" pode ser monofilamento o que desaconselho pois mesmo com duplo sleeve e ponta queimada o mono perde mais de metade da sua capacidade de resistencia á ruptura depois de montado.
A Dyneema tem melhores resultados, resiste muito mais e com o nó certo perde apenas 12 a 17% das suas propriedades.
O cabo de aço tambem é comum, sendo que neste caso é aconselhavel entrança-lo nas pontas e depois colocar o sleeve.

No que toca ao "workline" as opiniões são diversas mas se os atuns são a presa de eleiçao então um bungie de 30 metros extensivel 3 vezes, (e nunca 5 vezes como certas marcas agora anunciam pois fica finissimo e quase impossivel de recuperar em exemplares de porte considerávél) é praticamente obrigatorio.

Nos ultimos anos surgiu no mercado um sistema inovador e com provas dadas desenvolvido pelo Tommy Botha na Africa do Sul e que consiste em 30 a 40 metros de cabo elástico ligado a uma boia-prancha grande. Este cabo passa por entre um mordente que permite ao caçador não perder nem um centimetro de cabo recuperado pois assim que passa no mordente este tranca o cabo caso seja puxado no sentido contrário passando peixe a puxar directamento pelo boia e cabo restantes. É um sistema mais seguro pois não há tanto material a boiar á nossa volta e tambem mais rapido na recuperaçao.

Por fim temos o tradicional sistema de boias que pode incluir três ou mais boias em regra com bungies a uni-las. Após o tiro o peixe afunda uma ou todas as boias e a recuperação faz-se a pulso, metro a metro agarrando na ultima boia que em regra terá um clip, (mosquetão) na extremidade exterior com o qual se prende cada metro de bungie recuperado evitando assim que o peixe ao arrancar leve todos os metros que ja se tinha recuperado. Este processo é moroso mas dá um gozo tremendo e uma sensação de envolvimento na luta sem comparação.

Deixo-vos aqui o descritivo do material que uso em regra para a captura de pelagicos de porte. Este é essencialmente versátil pois permite-me capturar wahoos e serras (Spanish mackerel) mas possui capacidade suficiente para tirar um marlin ou um atum de porte caso este surja sem no entanto comprometer a capacidade de manobra dentro de água. O maior peixe que capturei com este sistema foi um Black Marlin com 110 kilos o ano passado e resistiu perfeitamente tendo a recuperação sido feita sem grandes problemas:

ARMA: Rob Allen 160, modelo Zulu, (carbono camuflado bluewater) com guia integral, cabeça aberta, dois elásticos de 16mm com 88cm cada, arpão Rob Allen Impact em aço carbono com ponta trifacetada de espessura 7,5mm e 200 cm de comprimento com ponta destacável Slip-Tube também da Rob Allen. O "shooting line" é Spectra Dyneema de 2mm de espessura com uma resistência de 260 kg, (em regra uso três voltas o que me dá um total de 9 metros) e está montado em "Breakaway".

FLOATLINE: Não uso um bungie de 30 metros em fundos a menos de 80 metros pois por vezes atiro a Atuns Dentes de Cão e Ignobilis que são especies que frequentam os drops e têm o péssimo habito de arrancarem para o fundo e partirem tudo o que por lá encontrarem até rasgarem a Dyneema, o Floatline ou partirem o arpão. O bungie estica muito rapido e não me permite ter controle imediato sobre o peixe dando folga a este deixando-o chegar ao fundo.
Uso o Bluewater Floatline da Rob Allen, com 30 metros de comprimento e
resistência de 340 kg. Este floatline tem a particularidade de esticar duas vezes o seu tamanho mas de uma forma mais lenta que o bungie pois é razoavelmente mais "duro" que este permitindo-me um melhor controle do peixe.

BUNGEES: Se uso o Bluewater Floatline meto um bungie de 10 metros de comprimento, (estica 3 vezes) ligado a este o que me dá mais 30 metros além dos 60 metros do floatline esticado. Se vou para fundos na cota dos 100 ou mais metros uso um bungie de 30 metros que estica 3 vezes o seu tamanho original. Entre as boias usos bungies de 3 metros, (esticam 3 vezes tambem). Todos os bungies são Rob Allen, devido á sua leveza e ao facto de serem feitos num material inovador que possui uma resistencia fantastica ao corte assim como aos raios UV e á agua salgada.

BOIAS: Uso duas rigidas de 11 litros logo após o bungie pois mantêm um maior poder de flutuação, (ou tracção), quando imersas mesmo a 2 atmosferas e uma terceira insuflavél de 35 litros pois facilita-me imenso a recuperação do peixe. Escusado será dizer que também são Rob Allen...lol...

Peço desculpa pela extensão do texto mas de facto é dificil dar uma ideia real do que é a caça a estes animais em poucas palavras.

Espero ter ajudado e qualquer duvida ou ajuda que necessitem não hesitem em contactar-me pois terei todo o gosto em responder.

Saludos a todos,

Nuno Dias
Rob Allen Mozambique
www.roballenmoz.com
info@roballenmoz.com
+258 21 329 616
+258 84 736 81 58
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Noções sobre a caça do atum...
NunoDias 2008/09/01 23:07
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Jorge 2008/09/02 09:03
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Jeromo 2008/09/02 09:32
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Jorge 2008/09/03 09:19
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admin 2008/09/08 00:53
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se_taleguero 2008/09/08 11:14
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NunoDias 2008/09/03 10:54
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se_taleguero 2008/09/03 12:13
 
 
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